quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quando o Cuco Chama

Título: Quando o Cuco Chama
Autor: Robert Galbraith
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Quando uma jovem modelo, cheia de problemas na sua vida pessoal, cai de uma varanda coberta de neve em Mayfair, presume-se que tenha cometido suicídio. No entanto, o seu irmão tem dúvidas quanto a este trágico desfecho, e contrata os serviços do detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra - com sequelas físicas e psicológicas - e a sua vida está num caos. Este caso serve-lhe de tábua de salvação financeira, mas tem um custo pessoal…
Um policial envolvente e elegante, mergulhado na atmosfera de Londres. Quando o Cuco Chama é um livro notável, um romance policial clássico na tradição de P. D. James e de Ruth Rendell, que marca o início de uma série verdadeiramente singular escrita por Robert Galbraith, o pseudónimo de J.K. Rowling, autora da série Harry Potter e do romance Morte Súbita.

Opinião:
Apesar de este ser o segundo romance que leio de J. K. Rowling, fora da saga Harry Potter, acho que ainda devo começar por aí. Isto porque eu próprio ainda tenho dificuldade de separar a autora dos feiticeiros e talvez seja esse o motivo de ela ter utilizado um pseudónimo para este livro.
J. K. Rowling é uma exímia contadora de histórias. Com a mesma mestria que mostrou em Harry Potter, consegue criar personagens ímpares com uma facilidade impressionante. Cada interveniente neste livro salta das páginas numa imagem vívida e colorida, com as suas peculiaridades, tiques e outros traços distintivos. Strike tem força suficiente para se tornar personagem principal de uma série de livros e, perdoem-me a ousadia, de se tornar uma figura maior do que os seus casos, assim como Hercule Poirot. Talvez seja uma "heresia", mas tendo eu lido quase tudo que Agatha Christie escreveu, sinto-me à vontade para estas comparações. E não apenas Strike, a sua secretária pode bem acompanhá-lo em muitas aventuras, como Della Street acompanhava Perry Mason.
O caso em si é intrigante. Acima de tudo, nota-se que a autora se esforçou por ser um caso que aproveita a actualidade: uma modelo que se suicida, ou talvez não. É curioso o uso que as personagens vão fazendo de instrumentos indispensáveis do dia a dia de todos, como o Google e a Wikipédia, bons substitutos de varinhas mágicas.
Essencial para um policial é manter o suspense mesmo até ao fim, e dar apenas as pistas suficientes para o leitor pense "como é que eu não vi que era este/a?". Neste ponto é irrepreensível.
Há várias temáticas abordadas que elevam a narrativa de um simples policial para uma análise da nossa sociedade. A fama, a imprensa, os paparazzi, a droga, a violência doméstica, o racismo... 

Um excelente policial, com as melhores características que a autora demonstrou nos livros anteriores, mas com um timbre bastante diferente. Estou convencido que ainda teremos mais histórias de Cormoran Strike!

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